Feirantes do mercado público de Cabedelo se dizem “esquecidos” pelo poder municipal

01/02/2012 01:51

 

Nossa equipe de reportagem esteve no mercado público da cidade de Cabedelo, na grande João Pessoa, nesta terça feira por volta das 8 horas da manhã para relatar a verdadeira situação dos feirantes naquele local. Há quatro anos o antigo mercado foi demolido para dar entrada à construção de um novo prédio, mais “moderno” e de referência, naquele tempo os comerciantes foram realocados para barracas provisórias numa rua que fica bem em frente ao prédio em construção. No local também foram construídos vários boxes para os comerciantes, outros ganharam bancas de madeira protegidas com lonas na promessa de que logo estariam em um novo mercado, com mais estrutura. O tempo se passou e tudo aquilo chamado de “provisório” foi desgastando, os feirantes não receberam novas lonas e nem se quer reformas das bancas. No local havia água encanada em todos os boxes, mas com o tempo a água foi cortada em alguns deles. 

 
Dona Eliete Felix trabalha como feirante há 24 anos e sustenta sete filhos com a renda arrecadada com as venda no mercado e lógico, com a ajuda de seu marido que começou a trabalhar a pouco tempo na obra do novo mercado. A feirante diz que a ausência de segurança é grande e trás prejuízos para muitos colegas no local, “Aqui não tem quase nada de segurança, à noite nossa mercadoria fica debaixo de lonas e acaba sendo muitas vezes, roubadas”. O que chamou nossa atenção é que a falta de segurança é tanta que eles sentiram-se obrigados a seguir uma estratégia, “Nós se juntamos e pagamos 5 reais para um senhor fazer a segurança de nossos boxes e barracas”, disse a feirante. Ainda segundos alguns deles existem sim a guarda municipal no local, mas há poucos. Nossa reportagem ficou uma hora e meia no local e não avistou nem um guarda em meio às barracas neste tempo.
 
A prefeitura entregou uma pequena parte do novo mercado para a comercialização de frios, peixes, frangos e outros... mas ainda de forma provisória. 
 
Outro problema que trás frustração é a questão de higiene, quase não há limpeza no local segundo os feirantes. Por mais que seja inusitado ao chegarmos ao mercado, vários homens faziam a limpeza naquele momento, mas isso nem sempre acontece segundo a dona Valdilene Tomás de 37 anos que vende roupas, a sujeira é grande, pois muitas pessoas não se dão respeito acabam jogam lixo no chão. Há falta de tambores no local e acaba fazendo com que a situação piore quase sempre, principalmente nos fins de semana onde a um aumento no fluxo de pessoas. Outra situação de constrangimento é a seguinte, “Aqui quando chove é um desespero, o resto de lona está furada  acaba molhando e sujando a mercadoria, assim não podemos vender e acabamos perdendo, isso causa prejuízo”, disse a comerciante. Perguntado a dona Severina Gaminho (mãe de Yasmin que representará o estado no quadro ‘Soletrando’ no Caldeirão do Huck da Rede Globo) sobre a questão de necessidades fisiológicas de quem trabalha por lá, ela disse: “Aqui são dois banheiros e mesmo assim é do outro lado da praça que fica aqui do lado, um para homens e outro para nos mulheres, mas nem vou lá”. O motivo da não ida ao banheiro segundo a feirante é que a falta de higiene é grande, há limpeza, mas muitas pessoas nem se quer dão descarga no banheiro e a situação se torna lamentável.
Os feirantes dizem não ver nenhum representante da cidade passando pelo local, nem se quer o próprio prefeito, a obra continua, mas não parece que está a todo vapor como prometido. Sabemos que a obra não tem condições de ser concluida ainda no fim deste mês. Mas pelo menos estes feirantes que pagam pouco mais de mil reais por suas mercadorias a serem vendidas, os que pagam 5 reais para um senhor fazer a segurança do local, que deveria ser obrigação da PM ou guarda municipal, os que tem nojo de ir a um banheiro público freqüentado por algumas pessoas que mal tem higiene... Tenham mais atenção e respeito do poder público desta cidade, um povo trabalhador que sobrevive deste mercado merece pelo menos uma lona, uma limpeza a mais, um novo mercado o mais rápido possível, pois são quatro anos de espera que fazem vergonha a uma cidade.
 
(Fotos: Leandro santos)