Estação Cabo Branco tem opção para quem não vai brincar carnaval

17/02/2012 09:23

 

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Para quem não gosta de carnaval, não vai viajar a opção é visitar a Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes e conferir a programação artista e cultural. A casa funcionará normalmente neste carnaval de terça a sexta das 9 até às 21h, sábado e domingo das 10h às 21h.
 
No segundo pavimento da Torre Mirante, o visitante vai encontrar a exposição “Jornal A União – 119 anos de história” que permanecerá aberta para visitação pública até o dia 4 de março. A exposição contêmseis fotografias dos fotógrafos profissionais Ortilo Antônio, Marcos Russo e Evandro Pereira, além de seis ilustrações de Tônio e de Nivaldo Araújo e de capas antigas do jornal. Um painel com capas antigas será colocado na abertura da exposição. Além de homenagear os profissionais da casa, a exposição vai mostrar os talentos existentes no órgão.
 
A União é um dos periódicos mais antigos ainda em circulação no Estado. Ele foi fundado em 2 de fevereiro de 1893, no governo de Álvaro Lopes Machado A União é o terceiro jornal mais antigo em circulação no Brasil. É um referencial histórico que, ao longo desses anos, ficou conhecido como “a escola do jornalismo paraibano”. No passado, escreveram em suas páginas nomes como Augusto dos Anjos, Orris Soares, Gama e Melo, José Lins do Rego e José Américo. Inúmeros jornalistas que passaram por sua redação ocuparam ou ocupam redações de outros jornais da Paraíba e do Brasil.
 
Outra exposição que ficará em cartaz até o dia 4 de março é“Infância e Paz” – Laços Afetivos”. A exposição é um alerta para a primeira infância e a importância desta fase para desenvolvimento social do indivíduo. Além de ser um pedido de paz para alguns aspectos e questões sobre a violência infantil.
 
“Infância e Paz” veio do museu da Cultural do Senado Federal (DF) e surgiu do desejo de transformação social da servidora pública Lisle Lucena e da presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Valor Cultural, Márcia Barr. Os trabalhos começaram em agosto de 2008 e contaram com a participação de diversos especialistas, como o representante da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar (OMP), Vital Didonet, e o pediatra Laurista Correa. “Nosso foco é provocar a reflexão nos responsáveis pelas políticas públicas”, conta Lisle no site do projeto.
A vice-diretora e curadora da Estação Cabo Branco, Lúcia França, disse que as imagens estampadas nesta exposição buscam a valorização do crescimento e do desenvolvimento humano e de sua inadiável evolução no campo dos direitos humanos. “Especialmente no reconhecimento da criança como sujeito de direitos sobre os alicerces da cultura da paz”, contou.
 
Na exposição “Infância e Paz” podemos encontrar telas pintadas em grandes tecidos, resultado da intervenção do artista plástico Toni Lucena sobre fotos de Ianê Heusi, que tratam da questão do direito a infância, mostram os laços de família, a importância do carinho desde a infância, a haptonomia (toque com sentimento) e outros aspectos.
As telas contêm textos da escritora Lya Luft, de Winnicott, Jean Pierre Lebrun, Maria Beatriz Marinho dos Anos, Suzana Herculano entre outros. “Há verdadeiras histórias de horror envolvendo orfanatos do leste europeu na primeira metade do século XX e até mesmo algumas instituições do gênero nos Estados Unidos, onde se deixava que os bebês ficassem sozinhos em seus leitos e todos morriam antes dos dois anos de idade”, conta um dos textos de Suzana Herculano. A primeira edição desta exposição aconteceu em 2010 onde foi abordado o tema: “A importância dos primeiros laços entre o bebê e seus cuidadores”.
O visitante também poderá assistir ao filme “Coisa mais linda – história e casos da Bossa Nova”. O filme será exibido neste sábado (18) e domingo (19), às 16h, na sala de audiovisual da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no altiplano. A entrada é aberta ao público, com classificação etária livre.
 
O filme mostra um painel histórico, musical e informativo sobre o nascimento da Bossa Nova, nos anos 50. O movimento musical atingiu o ápice em 1962, quando se internacionalizou definitivamente em um concerto do Carnegie Hall (Nova York).
 
Apresentando entrevistas e apresentações exclusivas de Roberto Menescal, Carlos Lyra, João Donato, Alaíde Costa, Johnny Alf, Kay Lira, Leny Andrade, Chris Delano, Joyce, Sergio Ricardo, Billy Blanco - todos os remanescentes vivos da época e alguns seguidores atuais -, Coisa Mais Linda contêm imagens de arquivo de shows, apresentações internacionais, assim como de artistas estrangeiros que participaram deste movimento na época. Coisa mais linda tem duração de 2 horas e foi dirigido por Paulo Thiago. No elenco estão nomes como: Carlos Lyra, Cacá Diegues, Roberto Menescal, Iko Castro Neves.
 
Também no domingo (19) está confirmada a apresentação do grupo de cultura popular “Urso Canibal” no anfiteatro da Estação Cabo Branco, às 17h30. A entrada é aberta ao público. A apresentação será um ensaio aberto para o desfile de carnaval tradição que acontece na Av. Duarte da Silveira, em João Pessoa. Serão 53 integrantes fantasiados de ala ursa e tocando instrumentos.
O presid
ente do Urso Canibal, José Antônio da Silva, contou que o grupo surgiu de uma brincadeira entre amigos do bairro do Cristo Redentor em 2005. “No início eram apenas nove pessoas. Hoje temos 53 pessoas fantasiadas e animadas”, disse José Antônio.
O grupo já fez várias apresentações nos bairros da cidade, a exemplo do Gervásio Maia, Mangabeira, Bancários e outros. “Nosso objetivo é fazer com que não se acabe essa tradição da cultura popular”, acrescentou José Antônio.
 
Urso Canibal é uma espécie de “a La Ursa”, que tem origem nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, dançando, de porta em porta, em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança, la ursa". Com o tempo essa música foi sendo revisitada e hoje se canta: “Ala ursa quer dinheiro, quem não dá é pirangueiro”. A palavra “pirangueiro”, no vocabulário nordestino, é o mesquinho, aquela pessoa que não gosta de gastar seu dinheiro, tão pouco dar ou doar.
O dicionário de cultura popular espalhados explica que a figura central é o urso, geralmente um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura, segurado pelo domador. Em alguns grupos, aparece o caçador, dando tiros para cima sempre que o urso ameaça escapar.
 
A la ursa dança ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca. A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá, pandeiro; havendo outras mais elaboradas onde aparecem violões, cavaquinhos, clarinetes e até trombones. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval.
 
O projeto Folia na Estação, que começou no dia 1 de fevereiro, prossegue até o final do mês com apresentação de orquestras de frevo e grupos de cultura popular.
 
Estampa PB